26 de set. de 2010

Nosso lar

Gosto da doutrina espírita, mas não ouso dizer que sou uma porque não sou praticante... porém, nosso lar é clichê e tem diálogos chatos. Não vale o ingresso, nem o tempo. Não justifica a verba gasta, o Brasil tem muitos filmes melhores.

24 de set. de 2010

“A vida é muito bonita,
basta um beijo
e a delicada engrenagem movimenta-se,
uma necessidade cósmica nos protege.”

Adélia Prado

23 de set. de 2010

Eleições 2010


Todos reclamando da falta de opções ou do tema, mas para onde se vai ou se ler, é o assunto de maior discussão e discursão tb, em nosso país, e que bom!
Eis algumas questões pessoais, e porque defendo ou não a minha opinião, a candidata Marina Silva, até tem um pouco da minha simpatia, mas pessoalmente não acredito que esteja preparada pra governar o nosso país, segundo porque, ela é evangélica, isso ja é motivo de sobra para o meu não voto. Preconceito? Não. Marina Silva tem uma forte influencia religiosa, em suas decisões políticas, tais como, o não incentivo a pesquisas de células-tronco, e outras questões essenciais pra mim, como a união civil de homossexuais. E saio um pouco do contexto "político" para explicar que quando se fala de um casamento assim, não é um capricho e nem um ato religioso, pra confrontar famílias e igrejas, e sim para o direito civil de igualdade. Por exemplo, em uma união gay, se uma das pessoas tem um plano de saúde e pode extender tal benefício a (ao) sua (seu) parceira (o), isso ainda não é permitido no Brasil, fora tantos outros direitos civis. Portanto, não adianta ir casar na Argentina, só serveria para ilustrar um álbum de fotos.
Quem votar na Marina Silva, estará votando indiretamente no candidato José Serra, e lhe dando a chance de tomar um fôlego e ir pra um segundo turno, já que ela naõ tem a mínima chance, e que bom que não!
Portanto, é da minha vontade que a candidata Dilma assuma essa presidência, de preferência no primeiro turno, primeiro, porque é candidata do PT, que ganhou a minha confiança pelo crescimento e melhoras significativas e inegáveis, segundo porque ao ser questionada sobre as questões que eu levantei, defende que como cidadãos os gays merecem os mesmos direitos que existe em uma união heterossexual.

Quero ver o nosso país crescer, em todos os sentidos, e um dia quem sabe sentir orgulho ao dizer: sou brasileira!

20 de set. de 2010

Sigo à risca. Me descuido e vou...
Quebro a cara. Quebro o coração.
Tropeço em mim. Me atolo nos cinco sentidos.
Viver não é perigoso? Então, com sua licença!

João Guimarães Rosa

16 de set. de 2010

Frequenta o abandono quem vive um quase namoro, fantasia reciprocidade, aceita abraço frouxo, conversa sem olho no olho, ausência de carícia.

Frequenta o abandono quem vê na recusa uma possibilidade de mudança ignorando os sinais óbvios da distância.

Frequenta o abandono quem não reconhece que ser bem tratada não é um mérito, mas uma condição e chama migalha de banquete.

Frequenta o abandono com assiduidade quem se contenta com tão pouco que o outro para mantê-la pode dar cada vez menos...

Marla de Queiroz
Ontem chorei. Por tudo que fomos. Por tudo o que não conseguimos ser. Por tudo que se perdeu. Por termos nos perdido. Pelo que queríamos que fosse e não foi. Pela renúncia. Por valores não dados. Por erros cometidos. Acertos não comemorados. Palavras dissipadas.Versos brancos. Chorei pela guerra cotidiana. Pelas tentativas de sobrevivência. Pelos apelos de paz não atendidos. Pelo amor derramado. Pelo amor ofendido e aprisionado. Pelo amor perdido. Pelo respeito empoeirado em cima da estante. Pelo carinho esquecido junto das cartas envelhecidas no guarda- roupa. Pelos sonhos desafinados, estremecidos e adiados. Pela culpa. Toda a culpa. Minha. Sua. Nossa culpa. Por tudo que foi e voou. E não volta mais, pois que hoje é já outro dia. Chorei. Apronto agora os meus pés na estrada. Ponho-me a caminhar sob sol e vento. Vou ali ser feliz e já volto."

Caio Fernando Abreu

10 de set. de 2010


“Se o criado-mudo falasse, provavelmente seria o maior contador de histórias de que se tem notícia bom, nesse caso, para início de conversa, ele teria que trocar de nome. E o que dizer daquele sofá velho, meio afundadinho em uma das extremidades, que denuncia de imediato qual o seu canto preferido de se esparramar? Não dá nem para pensar em trocá-lo, até porque nenhum será tão confortável e aconchegante quanto ele.

O que, afinal, faz com que as coisas tenham tanto valor para nós? Bem, esqueça o dinheiro. Um objeto de alto valor no mercado pode não dizer absolutamente nada para você. Esta afirmação foi provada pelo professor de psicologia e educação na Universidade de Chicago Mihaly Csikszentmihalyi . Ele visitou 80 famílias americanas e perguntou o que era mais importante para cada uma delas dentro de casa. A grande maioria não indicou nada de alto valor monetário. Era sempre algo de valor afetivo: a cadeira de balanço que foi do avô, a colherzinha da infância, a mesa de estudos da adolescência. Os artefatos têm participação ativa no cotidiano. Eles organizam práticas sociais, influenciam comportamentos, incorporam metas e se tornam inseparáveis daquilo que somos, afirma. Isso significa que as coisas têm vida social, são palco de nossas experiências e, sim, são impregnadas de emoções.
Nós fazemos questão de guardar aquilo que realmente nos importa. Isso pode acontecer quando um objeto nos lembra alguém especial, como a cadeira de balanço do vovô, que remete à lembrança do próprio vovô ali, ainda presente dentro de casa. Ou quando ele nos remete a um lugar que merece ser lembrado, como aquela recordação de uma viagem feita com seu melhor amigo. E ainda se o objeto tem a ver com nossos valores, com o que pensamos.”

Texto de Mariana Sgarioni – Revista Vida Simples

4 de set. de 2010

DUAS BOLAS, POR FAVOR

Não há nada que me deixe mais frustrada do que pedir sorvete de sobremesa,contar os minutos até ele chegar e aí ver o garçom colocar na minha frente uma bolinha minúscula do meu sorvete preferido.

Uma só.
Quanto mais sofisticado o restaurante, menor a porção da sobremesa.
Aí a vontade que dá é de passar numa loja de conveniência, comprar um litro de sorvete bem cremoso e saborear em casa com direito a repetir quantas vezes a gente quiser, sem pensar em calorias, boas maneiras ou moderação.

O sorvete é só um exemplo do que tem sido nosso cotidiano.
A vida anda cheia de meias porções, de prazeres meia-boca, de aventuras pela metade.
A gente sai pra jantar, mas come pouco.
Vai à festa de casamento, mas resiste aos bombons.
Conquista a chamada liberdade sexual, mas tem que fingir que é difícil (a imensa maioria das mulheres continua com pavor de ser rotulada de 'fácil').

Adora tomar um banho demorado, mas se contém pra não desperdiçar os recursos do planeta.
Tem vontade de ficar em casa vendo um dvd, esparramada no sofá, mas se obriga a ir malhar.
E por aí vai.
Tantos deveres, tanta preocupação em 'acertar', tanto empenho em passar na vida sem pegar recuperação...
Aí a vida vai ficando sem tempero, politicamente correta e existencialmente sem-graça, enquanto a gente vai ficando melancolicamente sem tesão...

Às vezes dá vontade de fazer tudo “errado”.
Deixar de lado a régua, o compasso, a bússola, a balança e os 10 mandamentos.
Ser ridícula, inadequada, incoerente e não estar nem aí pro que dizem e o que pensam a nosso respeito.
Recusar prazeres incompletos e meias porções.

Nós, que não aspiramos à santidade e estamos aqui de passagem, podemos (devemos?) desejar várias bolas de sorvete, bombons de muitos sabores, vários beijos bem dados, a água batendo sem pressa no corpo, o coração saciado.

Um dia a gente cria juízo.

Um dia...

Não tem que ser agora.

Por isso, garçom, por favor, me traga: cinco bolas de sorvete de chocolate...

Depois a gente vê como é que faz pra consertar o estrago.


Danuza Leão

2 de set. de 2010


Quando entrar setembro e a boa nova andar nos campos

Quero ver brotar o perdão onde a gente plantou juntos outra vez

Já sonhamos juntos semeando as canções no vento

Quero ver crescer nossa voz no que falta sonhar

Já choramos muito, muitos se perderam no caminho

Mesmo assim não custa inventar uma nova canção que venha nos trazer

Sol de primavera abre as janelas do meu peito

a lição sabemos de cor

só nos resta aprender...



Sol de Primavera (Beto Guedes)